
Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço
''Foi Carlos Peixoto Freitas Sampaio, exímio bailador das modas que em Carreço o povo dançava no século passado, que há mais de noventa anos reuniu um grupo de jovens, que costumavam formar os “ranchos” para animar os serões as festas e romarias das redondezas, tendo desde logo contado com o apoio do pároco local, Padre Domingos Afonso do Paço.
Alguns anos mais tarde, com o apoio do etnógrafo Abel Viana, atribuíram-lhe o nome pelo qual continua a ser conhecido: Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço.''
Daniela Ornelas, componente do Grupo ‘’As Lavradeiras de Carreço’’, que conta com 93 anos de existência, sendo o mais antigo do país conta-nos que esse facto aumenta a responsabilidade, uma vez que na sua opinião por ser o pioneiro no país representa da forma mais fiel possível as tradições. Tendo entrado há apenas 2 anos, diz que foi por experiencias vivenciadas que a fizeram acreditar que devia contribuir para o Grupo. Embora também verifique que ‘’hoje em dia a maior dificuldade que atravessamos é encontrar componentes do sexo masculino, o que é uma pena’’.
A sua ida para o grupo também teve algumas dificuldades, embora os ensaios sejam vistos de forma informal, como um serão em família, também tem inerente uma responsabilidade e alguma dedicação, como nos contou: ‘’ É preciso rigor, os dançarinos e dançarinas têm de estar sincronizados, a postura é muito importante, nomeadamente os braços (quantas vezes ouvimos nos ensaios "braços para cima!"). Em termos do traje, no início íamos para o ensaio com as socas e as chinelas e com as saias, para nos habituarmos. Perdíamos muito as chinelas nas danças e tivemos de nos habituar à roda da saia, que na altura nos parecia muito pesada e volumosa. ‘’ além da dificuldade em conseguir seguir os passos do folclore.
Por último deixa um apelo a todos: ‘’ Quem quiser ajudar-nos a divulgar as tradições do Minho e da nossa freguesia, e aprender mais sobre as mesmas, temos sempre a porta aberta. Como disse anteriormente, fazem muita falta rapazes ou homens com disponibilidade horária, mas qualquer um é bem vindo, seja para dançar, cantar ou tocar algum instrumento. O que importa é participar! ‘’


Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela
O segundo grupo mais antigo de Viana do Castelo, ‘’As Lavradeiras da Meadela’’, nasceu em 1934 e suscita o interesse por todo o país da maneira como dança e canta, mostrando o melhor que há no mundo, a nível folclórico. Já representou Portugal em vários países como a China, Eslováquia, Ucrânia, entre outros, sendo o grupo de Viana do Castelo com mais internacionalizações segundo o dirigente. Teve este ano a 51º internacionalização indo à Finlândia. O próprio dirigente afirma ainda que tem de existir muito trabalho durante o ano para conseguirem internacionalizações, pois o gasto é sem considerável, dando o exemplo de que este ano tiveram uma semana repleta de eventos (11, 12, 13, 14, 15 de Agosto).
Também nos confidenciou que em conjunto com o Doutor Alberto Abreu, têm estado a trabalhar para a criação de um livro que retrata o grupo desde da sua fundação. Admirando desde já todo o trabalho já realizado pelo doutor, e avançando que com este livro pretendem chegar mais perto da população dando a conhecer o grupo em si, e todo o trabalho e conhecimento que têm tido com o passar do tempo.
É neste contexto que também se pronuncia quanto aos elementos, sendo cerca de 50, considera muito importante a compreensão entre todos e tolerância, uma vez que se lida com várias personalidades – em que pode existir confronto – que não ganham qualquer vencimento por pertencerem às Lavradeiras da Meadela, apenas o fazem com imenso gosto. Considera ainda a escola de dança bastante importante, onde os miúdos podem aprender a dançar e mais tarde pertencer ao grupo, constata que no presente tem pessoas com 30 anos de idade e 20 anos de pertença ao grupo, onde hoje fazem parte da direção do mesmo.
É ainda membro efetivo da Federação Portuguesa de Folclore (FPF), estando filiado no Inatel. Mas sobre esse mesmo assunto não quis fazer grandes comentários, uma vez que na sua opinião não há qualquer interesse por parte da FPF na fidelidade, havendo ações a que leva a um certo desconforto, como por exemplo, vir um conselheiro da FPF de outra região que não o Minho falar sobre o trajar do grupo, sem qualquer conhecimento ou pesquisa. Mas também constata que pertencer à mesma traz mais regalias por parte dos espectadores do folclore, uma vez que na maioria dos casos associam os grupos federados à qualidade dos mesmos.
É importante divulgar que este grupo vai estar presente dia 17 de setembro, num feirão, na Praça da Republica em Viana do Castelo. Da nossa parte queremos agradecer todas as informações disponibilizadas, bem como toda a atenção e simpatia que foi dada. Desde já comprometemo-nos a aceitar o convite, indo dia ir ver um ensaio das Lavradeiras da Meadela, para ficar a conhecer ainda melhor o grupo.


